sexta-feira, 12 de setembro de 2014

"Cumplicidade" Pintura e Texto de Franklin Guanabarino




REFLEXÃO PARA QUANDO CHEGAR O GRANDE AMOR




Quando tiver um grande amor hei de prendê-lo fortemente dentro de mim com as amarras do afeto. Mas hei de deixá-lo livre para continuar a se desenvolver e mais ainda me encantar, e, assim, eu poder admirá-lo e louvá-lo a cada gesto...
E, então, minha afeição por ele será cada vez mais intensa e nossos laços de ternura se firmarão ainda mais fortemente à nossa volta.

Haveremos, os dois, de ser um só... Entretanto, sem deixarmos de ser dois, pois dois é sempre mais que um.

Respiraremos da mesma brisa e nos aquecerá o mesmo sol. E, à noite, se tiver estrelas, repartiremos com elas os nossos segredos.
A lua há de sentir inveja quando sua luz prateada rebrilhar tanta felicidade.

Esse amor há de transformar-me num velho experiente e sábio, que lhe transmitirá segurança e força; mas, também, fará renascer em mim a criança ingênua e brincalhona que fará sua alma rir.

Quando tiver um grande amor meu coração se encherá de júbilo e contentamento tamanhos que, ao transbordar, ondas de prazer e alegria envolverão o meu amor e o transportarão às alturas onde habitam os anjos.

Pensarei nele de forma absoluta e profunda, mas não tanto que não haja espaço em minha mente para apreciar e enaltecer tudo que me cerca e, ao acrescentar mais conhecimento e beleza à minha vida, ter mais coisas para repartir com ele.

Pisarei sobre o chão que o meu amor pisou com o cuidado de quem caminha sobre nuvens.

Olharei para ele, a cada dia, com a atenção e o deslumbramento da criança que acaba de nascer.

Calado, refletirei a sua felicidade...
E quando disser seu nome, o direi, de uma maneira tão suave, calma e acariciante, como se tivesse uma rosa entre os dentes!